sábado, 4 de março de 2017

CELEBREM NOSSAS HEROÍNAS!

Desejo que todas as assassinas de homens, as que esquartejam seus maridos, as que jogam água fervendo no pênis dos machos até derreter, as que cortam seus paus com faca, as que esfaqueiam seus estupradores, as que matam o marido traidor (e que são muito poucas, porque, ao contrário dos homens em relação a nós, a gente tem pouca coragem de matá-los), desejo a todas essas mulheres o mesmo tratamento que a sociedade tem oferecido ao ASSASSINO BRUNO: espaço nas mídias pra se defender, voz pra se explicar, ofertas de emprego, redenção, atenção e acolhimento.

Mas isso NÃO vai acontecer!

Me aguardem na porta da cadeia para abraçar, celebrar e tirar selfie com Elize Matsunaga, aquela que picotou o cadáver do marido espancador, assim que ela sair de lá. Mulheres: vamos nos mobilizar em rede, nas nossas próprias redes, pra celebrar, dar voz, publicidade, emprego e acolhimento a ela. Podemos fazer isso por cada mulher que for presa por matar um homem. Seria fundamental que parássemos de esperar dos homens que não celebrem seus companheiros feminicidas e que começássemos nós mesmas esse trabalho de acolher, dar voz e celebrar cada uma das nossas que tem a coragem de matar ou incapacitar violentamente um homem.

Acordem!  Parem de esperar a compaixão e compreensão dos homens! Parem de desejar a aprovação e o reconhecimento deles!  Os homens não se comparecerão de nós e nunca reconhecerão as nossas razões e nossas causas como legítimas!  NUNCA!

Vamos criar e fomentar nossas próprias redes e acolher e celebrar nossas heroínas!

A Elize Matsunaga tá presa onde? Aquela mina que fez peneira do corpo do ex que prostituía ela depois de fazer 30 boletins de ocorrência e que foi presa por "excesso de legítima defesa", kd ela? A adolescente que esfaqueou até a morte o pai estuprador? A mulher que derreteu o pênis do marido traidor com água fervendo, onde estão essas mulheres? Que tal os sites, blogs, as revistas e mídias feministas irem entrevistá-las? Que tal as empreendedoras oferecem trabalhos a elas? Que tal a gente fazer mídias, criar visibilidade, status, celebrando como heroínas essas mulheres?

Parem de chorar implorando de joelhos a compreensão dos homens! Parem de mendigar que eles aprovem nossas razões e nossas causas, que nos compreendam, que não nos condenem, que não nos alcunhem de perversas, de histéricas, de punitivistas, porque eles não vão fazer! Vamos parar de lamentar e choramingar a aprovação deles e vamos agir!

Parem de focar nos homens!  Parem de girar em torno do falo! Vamos criar nossos próprios ícones, nossas ídolas, nossas narrativas, nossa própria história! 

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