sexta-feira, 17 de março de 2017

A POLÍTICA DE IDENTIDADES LIBERAL*

A Política de Identidades dos movimentos queer e transativista é uma política neoliberal porque é uma política que ignora toda a construção histórica, material e dialética de mulher enquanto produto patriarcal derivado da dominação, exploração e redução da fêmea humana, enquanto Segundo Sexo em relação ao homem na hierarquia sexual que forja os gêneros, pra impor a autoidentificação com base na primazia do indivíduo que se autodetermina a si e a sua vontade individual como fato histórico real, ou seja, na supremacia do indivíduo sobre a sociedade (conceito de indivíduo liberal, tá meu povo?) , negando o processo histórico e dialético que constitui o(s) indivíduo(s) como pertencente(s) a determinados grupos ou identidades.

Ou seje: não há nenhuma possibilidade de reconhecer o transexualismo e identidades não binárias dentro das perspectiva materialista dialética. São categorias que só ganham sentido e significado dentro da ideologia liberal - e do discurso pós-moderno que dela se desdobra - , e que, portanto, só existem nela e a partir dela.

Lembrem-se que a ideologia liberal (e tudo que dela deriva) é uma farsa que nega e apaga as condições materiais de construção da realidade com o único intuito de manter as classes dominantes no poder, assim como à sua economia, o sistema capitalista, sustentado à custa da exploração do trabalho, do tempo, da saúde e da vida do povo pobre e trabalhado.

*Mais uma vez eu recomendo que assistam a palestra da pesquisadora Alicia Miyares, que conceitua o fenômeno transgênero-liberal dentro da política liberal na série de vídeos gravados durante o seminário da Escuela Feminista Rosario de Acuña.


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