sexta-feira, 22 de abril de 2016

TRANSATIVISMO E TRANSFEMINISMO: COLONIZAÇÃO MASCULINISTA DO MOVIMENTO FEMINISTA

Sabe o que pessoas do sexo masculino "sentem" quando dizem que "se sentem" mulheres? O que eles têm é o desejo por serem diminuidos, objetificados, subjugados, violentados, submetidos. Porque isso é o que a sociedade diz à pessoas que recebem a socialização a partir do sexo masculino, do falo, que é o sexo e o gênero feminino.
O nome disso é fetiche. É fetichização da condição de subjugo feminina.
A sociedade diz a nós também, e nós, que vivemos materialmente essa condição imposta violentamente - e não como desejo realizado ou como fetiche -, somos as únicas que podemos dizer sobre nós mesmas e nossa condição, somos as únicas que podemos narrar e nomear o que é ser mulher - já que isso sempre foi feito por homens.
Parem de enfiar homens no feminismo. Parem de permitir que homens continuem narrando e definindo o que é a nossa condição, o que é ser mulher.


2 comentários:

  1. Olá!
    Eu sou feminista e eu meio que simpatizo com a vertente radical, mas essa coisa de trans me confunde. Você poderia me tirar algumas dúvidas?
    O feminismo radical não reconhece que a transexualidade é uma condição em que a mente tem um gênero que não condiz com o corpo físico?
    Se o homem que se transforma em mulher é apenas um fetiche em ser diminuído, então o que você diz sobre uma mulher que se transforma e homem?

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    1. Olá! Isso mesmo, o feminismo radical não reconhece que exista uma "mente" ou um cérebro feminino e outro masculino - quem afirma isso é o patriarcado, que naturaliza a condição de submissão feminina e a supremacia masculina transformando construções políticas e sócio-culturais em dados da natureza. O cérebro é um órgão como outro qualquer e assim como não existe um fígado, um pulmão ou um rim feminino, não existe um cérebro feminino. Esse sempre foi o argumento do patriarcado pra afirmar que mulheres são naturalmente mais frágeis, incapazes e submissas que homens. A transgeneridade é uma condição inventada pelo patriarcado, assim como é a condição da mulher e do homem. Afirmar que existem pessoas que nascem com um corpo que não corresponde às suas mentes é extremamente biologizante e incapacitante pra mulher, porque corrobora com a ideia de que existe uma natureza/mente/cerebro feminino/masculino, o que mantém, também, os papeis sexuais intrinsecamente atrelados a essa divisão sexual por gêneros.

      No caso de mulheres que "transicionam" pra homens, o que eu acredito, é que, assim como qualquer mulher, elas foram violentamente reprimidas e incapacitadas em suas potências, habilidades, desejos e vontades, e na tentativa de serem livres [como somente aos homens é permitido ser], elas constroem suas personalidades na crença de que somente ao se identificar como homens alcançaram essa liberdade. Há um texto muito bacana sobre uma mulher que "destransicionou" (o que tem acontecido cada vez mais, mas, convenientemente, não se fala sobre isso), vou linkar aqui, caso se interesse em ler.

      http://nosoutras.tumblr.com/post/110604233453/como-a-transexualidade-me-aprisionou

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