quinta-feira, 14 de abril de 2016

FEMINISMOS, CULPA & SOCIALIZAÇÃO

Homens não sabem o que é culpa. O grupo que sente mais profundamente, com mais materialidade, o que a culpa é, são as mulheres. Homens não vivenciam a culpa, eles sentem, no máximo, um pequeno pesar ou um desconforto, porque a culpa é uma ideia fundamentalmente ligada ao controle da sexualidade e à maternidade compulsória e suas estratégias de socialização.

A culpa é um conceito feminino, fundado no feminino, experimentado de forma plena somente no feminino.

Mulheres sentem culpa, mulheres são a própria culpa que sentem.

Sentimos culpa por ser, por não ser, por fazer, por não fazer, carregamos a culpa de existir.

Nenhuma pessoa do sexo masculino experimenta a culpa como nós, em sua dimensão mais profunda e fundamental.

Por isso é tão difícil para mulheres feministas não se sentirem culpadas por aderir a um feminismo que não se sinta obrigado a pautar nada além de questões que dizem respeito apenas a nós, mulheres, e que não queira englobar as pautas trans, enquanto transativistas não sentem o menor remorso em propagar um movimento misógino, falocentrado, excludente de pautas importantes para as mulheres e, mesmo assim, chamá-lo de feminismo.

A socialização, manas, ela não falha.



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